As distribuidoras e as usinas estão testando “botar a cabeça” de fora e pedir mais pelo etanol hidratado desde que a Petrobras (PETR4) anunciou aumento dos combustíveis nesta sexta (17), em meio à saraivada de disparos de Brasília contra o CEO Caio Paes de Andrade, que pode durar até segunda.
A alta para a gasolina, concorrente do biocombustível, foi de 5,18% na refinaria, depois de mais de 3 meses sem reajuste.
Paulo Strini, analista e trader do Triex, grupo mineiro que atua também na comercialização de biocombustível, viu as duas pontas ofertando o litro a R$ 3,60 e R$ 3,80, acima das cotações da quarta, antes do feriado, pela tabela levantada pelo Cepea.
Pelas distribuidoras, a média de preços do litro esteve em R$ 3,080, após dois dias de derretimento. Na indústria, a média da semana anterior foi também de R$ 3,080, em movimento de estabilidade após duas semanas seguidas de expressiva liquidação.
“Isso é chutar a canela”, diz o executivo, lembrando, contudo, que as chances de negócios são bem baixas, com o dia emparedado entre o feriado e o final de semana, com atividade econômica a meio pau.
Além disso, tem ainda o fantasma da equalização do ICMS a ser implementado, passando na Câmara após aprovação do Senado, que tira um pouco da força dos preços, em plena safra do Centro-Sul entregando mais produto.
Até há uma expectativa de que o aumento oferecido pela Petrobras – no diesel foi 14,2% – pode atenuar essa previsão de queda que o novo cálculo do imposto estadual imporá ao etanol.