A produção brasileira de etanol feito a partir de milho, na safra 2021/2022, deve chegar aos 3,5 bilhões de litros, informou o diretor da União das Indústrias da Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio Pádua Rodrigues, em coletiva realizada nesta semana. Esse volume é 36% maior que o produzido na safra passada (2,58 bilhões de litros) e suficiente para o abastecimento até abril de 2022.
Segundo o executivo, com a maior produção de etanol feito a partir do cereal, alavancada pelas usinas instaladas em Mato Grosso e em Goiás, não será necessário importar o produto a partir do ano que vem, para misturar à gasolina (a Unica projetou que a produção de etanol de cana, para este fim, será de 11 bilhões de litros).
“Os números de produção de etanol anidro [o etanol que é misturado à gasolina e não o que abastece diretamente os veículos, chamado de etanol hidratado] são expressivos e vão garantir o abastecimento e a oferta. Não vamos mais precisar importar etanol daqui em diante”, disse.
No Brasil, a lei 8.723, de 1993, estipula que o etanol anidro seja adicionado à gasolina. Desde 2015, cada litro de gasolina comum tem 27% de etanol anidro adicionado e a gasolina premium, 25%. O produto, pode ser derivado da cana-de-açúcar ou de milho. A estratégia começou a ser utilizada no país para reduzir a dependência do petróleo.
De acordo com o diretor da Unica, com o aumento gradativo da produção de etanol de milho na região Centro-Oeste, a projeção para a próxima safra (2022/2023), a partir de abril de 2022, é de uma produção de 4,6 bilhões de litros. Comparativamente, esse volume corresponde o equivalente à moagem de 60 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, disse Pádua.
O levantamento da Única apontou que, até o dia 1 de dezembro, Mato Grosso foi o estado que mais produziu etanol de milho, com 1,982 bilhão de litros, seguido por Goiás, com 262 milhões de litros. Das 268 usinas que produzem etanol no país, 5 produzem etanol de cana e milho e 6 fabricam exclusivamente o etanol de milho.
Segundo a União Nacional do Etanol de Milho (Unem), entidade que representa 90% da produção do biocombustível no Brasil, a produção deve alcançar, em 2030, 9,65 bilhões de litros. Já a produção de milho, na safra 2021/2022, é projetada em 120,1 milhões de toneladas, 38,9% acima da safra anterior, que teve quebra devido a adversidades climáticas.