O ano de 2022 foi movimentado para a equipe responsável pelos reajustes de preços da Petrobras (PETR3; PETR4).
Ao todo, a Petrobras mudou os valores da gasolina e do diesel 16 vezes e mesmo com um ciclo de cortes, o preço dos combustíveis termina o ano até 34% mais caros.
Entre os motivos de altas e baixas, estão a volatilidade do petróleo no mercado internacional e uma certa pressão política às vésperas das eleições presidenciais.
A gasolina termina o ano quase estável, apenas 0,32% mais baixa, com o litro custando R$ 3,08 nas refinarias. Já o diesel está 34,43% mais caro do que em janeiro, custando R$ 4,49 o litro do combustível.
A Petrobras começou o ano com uma alta no dia 12 de janeiro. Na época, o litro da gasolina passou de R$ 3,09 para R$ 3,25, enquanto o diesel subiu de R$ 3,34 para R$ 3,61.
Depois disso, o preço dos combustíveis subiram mais quatro vezes no caso do diesel e três vezes a gasolina.
As altas são compatíveis com a elevação no preço do barril de petróleo no início do ano, com a recuperação mundial e a guerra na Ucrânia – que reduziu a oferta do produto em um momento de alta na demanda.
Dança das cadeiras
Por mais que a Petrobras siga uma política de preços que leva em conta a paridade internacional, para não promover valores muito diferentes do resto do mercado, Jair Bolsonaro não gostou da onda de altas.
Isso fez com que cabeças rolassem na liderança da companhia. Só no ano passado, a cadeira de CEO da Petrobras foi ocupada por quatro executivos, incluindo o interino Fernando Borges, que permaneceu por uma semana.
Quem começou na liderança da Petrobras logo que Bolsonaro tomou posse foi Roberto Castello Branco. Em abril de 2021, ele foi substituído pelo general Joaquim Silva e Luna, que ficou no poder por um ano.
As altas nos preços dos combustíveis fez com que José Mauro Ferreira Coelho assumisse e deixasse o cargo em 40 dias. No dia 28 de junho, entrou Caio Mário Paes de Andrade, que permanece no cargo até hoje.
Relembre quem liderou a Petrobras no mandato de Jair Bolsonaro
Roberto Castello Branco
De 03 de janeiro de 2019 até 13 de abril de 2021
Joaquim Silva e Luna
De 16 de abril de 2021 até 13 de abril de 2022
José Mauro Ferreira Coelho
De 14 de abril de 2022 até 20 de junho de 2022
Fernando Borges (interino)
De 20 de junho de 2022 até 27 de junho de 2022
Caio Mário Paes de Andrade
Desde 28 de junho de 2022
Onda de cortes
Pouco menos de um mês de Andrade no cargo, a Petrobras passou a cortar o preço dos combustíveis. De lá para cá, foram nove quedas – cinco da gasolina e quatro do diesel.
Além da mudança na liderança, os cortes também estão relacionados à intensificação da corrida eleitoral. Na época, Bolsonaro aproveitou a queda nos preços em sua campanha.
Os reajustes da Petrobras, somados às medidas do governo para controle dos preços dos combustíveis e energia elétrica, ajudaram a derrubar a inflação, que se encontrava em dois dígitos.
Em outubro, houve uma pressão do mercado para uma alta nos preços, uma vez que o mercado nacional estava defasado em relação ao internacional. Mas a empresa se manteve firme em sua decisão.
A última redução da companhia foi no início do mês, quando reduziu em R$ 0,20 o litro da gasolina e R$ 0,40 o diesel.