O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou nesta terça-feira, 1º, que a estatal não vai aumentar os valores da gasolina e do diesel agora por estar numa situação “confortável” com a volatilidade nos preços do petróleo.
Ele negou ao Estadão/Broadcast rumores de que iria aumentar os preços entre esta terça e quarta-feira e que teria recuado a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem esteve reunido durante a manhã, ao lado de todos os diretores da empresa e outras autoridades.
Segundo Prates, a reunião, que durou duas horas, teve por objetivo apresentar os investimentos planejados pela estatal e o que já foi feito nos seis primeiros meses de gestão. “A reunião foi para falar de investimentos, para arrematar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) com todos os nossos diretores, o MME (Ministério de Minas e Energia) e a Casa Civil. Foi uma organização geral dos temas com os ministros e o Presidente”, afirmou.
Ele credita os boatos sobre a interferência do governo nos preços aos insatisfeitos com a mudança de rumo da Petrobras, que abandonou a política de paridade de importação (PPI) em meados de maio e adotou uma estratégia comercial mais competitiva. Com a PPI, segundo Prates, os concorrentes podiam prever os movimentos da empresa, o que reduzia a competição.
“Em nenhum momento falamos de preço, pode ser que lá na frente eu tenha que chegar e dizer que vou aumentar, mas não vou aumentar agora, estamos confortáveis com essa volatilidade”, disse o ex-senador, ressaltando que o petróleo está em queda nesta terça-feira. “Se o preço se estabelecer em outro patamar, vamos ponderar e fazer o reajuste necessário”, garantiu.
Prates afirmou que o trauma maior do aumento de preços foi registrado nas gestões anteriores, lembrando que em 2017, por conta do PPI, uma greve de caminhoneiros mostrou como a política da PPI estava errada. “Foram 118 reajustes em um único ano (2017), isso desestabiliza o mercado”, avaliou.
Segundo o executivo, quem reclama da falta de reajustes são importadores ineficientes, e que, para a Petrobras, não existe a diferença de 25% no preço vendido na refinaria na comparação com o mercado internacional. “Até nisso a Petrobras é mais eficiente. Para nós não existe esse descolamento de preços de 25% como apontam”, concluiu.
Querosene de aviação
A Petrobras reajustou nesta terça-feira, 1º, em 4,2% o preço de venda do querosene de aviação (QAV) nas suas refinarias. Os valores vão de R$ 3.360 por metro cúbico, o mais barato, em São Luís, no Maranhão, a R$ 3.360 por metro cúbico em Canoas, no Rio Grande do Sul, o mais caro. Os contratos de QAV da Petrobras têm reajustes mensais.
Este é o segundo aumento seguido do produto, após sucessivas reduções de preço desde o início do ano. O movimento segue a tendência de alta do petróleo, mas não atingiu outros produtos da companhia, como o diesel e a gasolina, que não estão sujeitos a contratos mensais e flutuam de acordo com o mercado.