Nas usinas, alta do açúcar limita perdas provocadas pelo etanol

Nas companhias do setor sucroenergético, os resultados financeiros do primeiro trimestre da safra 2023/24, de abril a junho, foram mais favoráveis do que os que companhias de outros segmentos do agro tiveram no mesmo intervalo. E o grande protagonista foi o açúcar.

Entre as cinco companhias de açúcar, etanol e bioenergia que tiveram a margem Ebitda avaliada pelo Valor Data, duas registraram alta: a gigante Raízen e o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC).

A Raízen encerrou o trimestre com lucro líquido ajustado de R$ 527 milhões, queda de 52% na comparação anual, mas que poderia ser sido ainda pior não fosse a influência positiva do açúcar, já que o etanol pressionou a ponto de levar a companhia a recorrer à formação de estoques para o biocombustível.

Na avaliação da empresa, o negócio de açúcar trouxe resultados fortes para o trimestre, e agora prevê moagem de cana de no mínimo 80 milhões de toneladas neste ano, em função de ganhos de produtividade. Depois de abril ter sido um mês ruim sob o ponto de vista climático, maio e junho foram “excepcionais” e os preços mais elevados da commodity ajudaram.

Por outro lado, as usinas que passaram por margens em queda no primeiro trimestre da safra tiveram em comum os impactos da redução nos preços e no volume de vendas do etanol.

No caso do CTC, o lucro líquido cresceu 53% no trimestre para R$ 33 milhões. Segundo Denise Francisco, diretora financeira e de relações com investidores da empresa de biotecnologia e genética da cana, o resultado foi impulsionado pela melhora no mix de venda dos produtos e por uma proteção de variedades mais antigas do portfólio que expirou, e havia afetado negativamente o resultado da temporada passada.

Olhando para frente, a executiva acredita que o bom momento nos preços do açúcar para exportação e a safra 2023/24 com alta produtividade podem se traduzir em mais investimentos das usinas em tecnologia, o que abre uma oportunidade para avanços nos resultados do CTC.

Na São Martinho, por exemplo, a margem Ebitda caiu 10,1 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ciclo anterior, tendo o biocombustível como “vilão” do lucro e da receita.

O mesmo aconteceu com a Jalles Machado, cujo lucro caiu 58,8%, que também recorreu aos estoques do biocombustível para atravessar o momento.

 

Fonte: https://www.fecombustiveis.org.br/noticia/nas-usinas-alta-do-acucar-limita-perdas-provocadas-pelo-etanol/254291

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