A Mercedes-Benz surpreendeu com um anúncio inesperado. Embora a montadora alemã tenha desistido da tecnologia de células de combustível de hidrogênio, o fabricante de Stuttgart vinha apostando forte no negócio de combustíveis sintéticos, mas isso mudou.
Considerado um meio de manter os motores a combustão por mais tempo no mercado alemão, os combustíveis sintéticos como gasolina, diesel e querosene, geralmente são produzidos com carbono neutro.
Isso permite um ciclo fechado de CO2, uma vez que o emitido pelo carro é absorvido pelo processo de produção. Além de mais limpo, o combustível sintético garante o uso de motores a combustão por mais tempo e um processo isento de energia da rede.
Contudo, a Daimler questiona agora o processo. De acordo com a empresa germânica, o método de produção de sintéticos é ineficiente, pois requer uma quantidade de energia bem superior aquela que seria de fato aproveitada nos veículos.
O processo utiliza energia eólica para garantir a eletricidade necessária no processo, que ainda possui um captador de CO2 – geralmente com algas ou microrganismos – e de água, sendo processados quimicamente em um reator de alta temperatura, gerando assim hidrocarbonetos necessários para sintetização de gasolina, diesel e querosene.
Para a Daimler, é mais válido armazenar essa energia dispendida para fazer combustíveis sintéticos em baterias de lítio, sendo assim usadas diretamente pelos automóveis. Por isso, a partir de agora, a Mercedes-Benz focará todos os recursos nos veículos eletrificados.Para a Daimler, é mais válido armazenar essa energia dispendida para fazer combustíveis sintéticos em baterias de lítio, sendo assim usadas diretamente pelos automóveis. Por isso, a partir de agora, a Mercedes-Benz focará todos os recursos nos veículos eletrificados.
A orientação da montadora também seque a perspectiva do mercado europeu para os carros comuns, na medida que alguns países do bloco já decretaram o fim da comercialização de carros a combustão em prol dos elétricos.
Assim, o investimento elevado em combustíveis sintéticos não se justificaria. Na Audi, por ora, a produção desse tipo de combustível continua e a marca deve se manter como a única apostando nisso nos próximos anos, até que a direção do grupo VW decida pelo seu fim.