Posto fez campanha contra tributação dos combustíveis e guardou 2 mil litros de gasolina para vender a motoristas.
Na contramão da falta de combustíveis ou preços elevados em postos pelo país, por conta da paralisação dos caminhoneiros, um posto de Varginha (MG) decidiu vender o litro da gasolina por R$ 2,34 na manhã desta quinta-feira (24). A ação faz parte de um movimento nacional que estimula um dia de vendas sem tributos, no Dia da Liberdade de Impostos.
A campanha é nacional e acontece há 13 anos, mas o posto participa desde 2017. A ação já estava prevista e o dono decidiu mantê-la mesmo com a falta de combustíveis nos postos da região. Com isso, o preço foi colocado sem os 47% de encargos estaduais e nacionais.
A medida para garantir o estoque desta quinta-feira foi guardar 2 mil litros de gasolina para vender com o valor reduzido. A venda é limitada a 20 litros para carros e 10 para motocicletas.
Para organizar o abastecimento, 130 senhas foram distribuídas às 6h e acabaram nos primeiros minutos. Destas, 80 foram distribuídas para carros e 50 para motos. As filas para retirada das senhas começaram a se formar às 18h de quarta-feira e muitos motoristas passaram a madrugada dentro dos carros na fila.
A professora Kelly Giuliana Rodrigues era a primeira da fila e esperou por 13 horas. Ela parou no posto na quarta-feira, logo após sair do trabalho, por não ter mais combustível. “Meu carro está na reserva, então eu não tinha como sair da escola aqui perto até a Ponte dos Buenos, onde resido”.
O motorista Odair José chegou ao posto às 23h de quarta-feira. “Valer à pena não vale não. Mas devido à crise dos caminhoneiros, não teve alternativa a não ser vir aqui. Fui em todos os postos e não achei combustível”.
Com a venda dos 2 mil litros de gasolina, o posto ficou sem nenhum estoque de combustíveis. “Meu posto já não tem diesel, não tem etanol, e o restinho de gasolina vai terminar após esta ação. Infelizmente, eu vou ter que fechar as portas, dispensar os funcionários e esperar a greve acabar pra voltar aos trabalhos normais”, contou o proprietário, Leandro Motternan.