O apetite global por petróleo deverá retornar a níveis pré-pandemia até o fim do ano que vem, mas o lento avanço da vacinação contra a covid-19 em países emergentes, como Brasil, Índia e Malásia, está adiando o fim da crise sanitária e comprometendo a recuperação da demanda pela commodity, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE).
Em relatório mensal publicado nesta sexta-feira, 11, a AIE cortou levemente sua projeção de alta no consumo global de petróleo para este ano em 50 mil barris por dia (bpd), a 5,4 milhões de bpd. Para 2022, no entanto, a agência projeta salto de 3,1 milhões de bpd no consumo mundial, para 99,5 milhões de bpd.
A AIE revisou para cima sua estimativa de acréscimo na oferta de países fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) neste ano em 90 mil barris por dia (bpd), a 710 mil bpd. Em 2022, a oferta desse grupo deverá ter expansão de 1,6 milhão de bpd, diz a entidade.
Ainda no documento, a AIE estima que o cumprimento do acordo de restrição da oferta pela Opep+ (que é formado pela Opep e mais dez aliados, incluindo a Rússia) ficou em 114% em maio, no mesmo nível de abril. No mês passado, a produção da Opep+ apresentou crescimento de 320 mil bpd, estima a agência.
A AIE também informou que os estoques de petróleo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) recuaram pelo nono mês consecutivo em abril, para 2,93 bilhões de barris, ficando 1,6 milhão de barris abaixo da média do período pré-pandemia de 2015 a 2019. É a primeira vez em mais de um ano que os estoques da OCDE ficam abaixo da média de 2015-2019, destacou a agência.