Apesar da projeção, setor enfrenta momento delicado por causa da crise do novo coronavírus, mas estuda medidas para retomar o crescimento.
A União Nacional de Etanol de Milho (Unem) pede a antecipação da isenção do ICMS em Mato Grosso, inicialmente acordada para entrar em vigor no ano que vem. O pedido tem como objetivo diminuir o impacto causado aos produtores por conta da queda da demanda e a redução de preço nos últimos dois meses de pandemia. A produção desse tipo de etanol cresceu 20 vezes em apenas cinco anos. De acordo com a Datagro, em 2014 foram produzidos 85 milhões de litros e, no ano passado, o volume alcançou 1,6 bilhão de litros. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a expectativa para o próximo ano era de aumento de 61% na produção, chegando a 2,7 bilhões de litros, mas com a diminuição da demanda e a queda do preço do petróleo, o crescimento será menor.
“Não atingiríamos os 2,9 bilhões como prevíamos inicialmente, mas deveremos crescer em torno de 800 a 900 milhões de litros para essa próxima safra, sendo que a capacidade de produção crescerá ainda mais, a mais de 1 bilhão de litros”, disse o presidente da Unem, Guilherme Nolasco.
O setor procura alternativas para minimizar os impactos da pandemia que atingiram os usineiros no momento de maior investimento. Uma das propostas é convencer o governo de Mato Grosso a antecipar a isenção de ICMS, acordada para começar somente em 2021. O estado concentra a maioria das usinas do país.
“Já foi para a assembléia. Acreditamos que neste mês de junho, neste mês em curso, a gente tenha aí um resultado final disso para que a gente consiga trazer essa competitividade do etanol de Mato Grosso na operação exclusivamente interestadual”, disse Nolasco.
O setor também tenta estimular o aumento de usinas flex. Quem consegue produzir etanol a partir de dois tipos diferentes de matéria-prima, além de ter mais chances de aumentar a produção, fica menos vulnerável às condições de mercado.”Se tem um investimento muito menor numa usina de cana para virar flex, o que acaba tirando a ociosidade desse período de safra e entressafra para a usina de cana- de-açúcar e passa a desfrutar duas modalidades dos dois produtos”, finalizou.
Apesar da dificuldade atual, o presidente da Unem faz uma previsão otimista para quem investiu na produção de etanol de milho. O volume deve quadruplicar até 2026, chegando a 7 bilhões de litros por ano. “Com certeza o setor de etanol de milho deverá alcançar esses números de 7 ou 8 bilhões de litros em 2027, 2028, realmente é muito plausível e nós temos projetos em cima da mesa de licenciamento que nos dão essa segurança”, finalizou.