Queda acumulada em 2020 tem relação com a queda na demanda; não houve redução nos impostos
De acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), os combustíveis registraram mais uma queda na última semana, com vigência desde quarta-feira (15).
Entre os dias 12 e 18 de abril, o etanol estava custando R$ 2,796/L no preço médio, enquanto na semana anterior, R$ 2,864/L.
O diesel S10 e o diesel comum foram de R$ 3,439/L e R$ 3,338/L entre 29 de março e 4 de abril, para R$ 3,416/L e R$ 3,318/L. Em comparação, a gasolina variou de R$ 4,149/L para R$ 4,095/L.
Todos os preços acima são médios, pesquisados nas bombas de postos em todo o Brasil.
A Petrobras constatou que a gasolina teve redução de 8% e o diesel (S10 e S500), de 6%.
Procurado pela Autoesporte, Carlos Monteiro, gerente de imprensa da petrolífera, afirmou que essa é só mais uma das diversas diminuições feitas em 2020, sendo que o acumulado do ano foi de -48% na gasolina e -35% no diesel.
Por conta do surto do novo coronavírus, o mercado visualizou diversas quedas no consumo de combustível, o que explicaria parte dessas reduções. “A Petrobras leva em conta a paridade internacional, em relação ao valor do barril, cesta de óleos e o dólar. Existe uma análise que é feita para tomar as decisões, que vão de acordo com preço internacional do petróleo”, afirmou o porta-voz.
Apesar das várias reduções, o preço da refinaria é sempre diferente do valor cobrado ao consumidor final.
Na Petrobras, o preço médio da gasolina sai da refinaria por R$ 0,99, enquanto o do diesel fica por R$ 1,50. Isso ocorre por conta dos impostos e taxas que são adicionados, junto com o valor que permanece inalterado para distribuição e revenda.
O Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) esclareceu à Autoesporte que não existe uma transmissão imediata ou equivalente dos descontos aplicados nas refinarias da Petrobras aos consumidores, já que os tributos permanecem os mesmos, assim como o preço dos biocombustíveis.
Além disso, o estoque das distribuidoras pode durar até três semanas, portanto uma redução resultaria em prejuízo, já que o produto armazenado foi adquirido com os preços anteriores.
Como a demanda por combustível diminuiu durante a quarentena, devido ao isolamento social, os postos de serviço tiveram pedidos fracionados e em menor volume, o que elevou o custo unitário do produto.