Trata-se do segundo aumento consecutivo no preço do combustível; nova tarifa anunciada pela Petrobras passou a vigorar nesta quinta
Após o reajuste de 3,3% – média de R$ 0,09 por litro – no preço de venda da gasolina nas refinarias anunciado pela Petrobras, que passou a vigorar nesta quinta-feira (12), o repasse do aumento no valor do combustível parece que já chegou às bombas para os consumidores de Belo Horizonte. Em alguns postos da capital visitados pela reportagem de O Tempo, o valor do litro da gasolina comum já estava sendo reajustado pelos funcionários na tabela de preços dos estabelecimentos para R$ 5,88, R$ 5,99 e até R$ 6,09.
Uma diferença de R$ 0,08 a R$ 0,18 no litro em relação ao preço médio da gasolina na capital mineira, que estava em R$ 5,91, entre os dias 05 e 08 de agosto, segundo pesquisa feita pelo site Mercado Mineiro. Esse novo reajuste anunciado pela Petrobras é o nono do ano e o segundo aumento consecutivo, após corte realizado em junho. Os motoristas de Belo Horizonte já estão sentindo no bolso o peso de tantos reajustes no combustível.
“Está pesando muito no orçamento. Sempre quando vou abastecer faço a conta entre os valores do álcool e gasolina para saber qual combustível usar. Ainda está menos ruim usar o álcool. E mesmo assim, tenho que abrir mão de passear aos finais de semana para economizar, e usar o combustível só para ir ao trabalho”, diz a administradora Maria Vitória Abreu, de 37 anos.
Para os motoristas de aplicativo está ficando impraticável trabalhar e para não ficar no prejuízo, além de pesquisar preço, eles dizem que passaram a escolher as viagens. Esse é o caso do motorista Leonardo Lopes, de 44 anos.
“Está ficando impraticável trabalhar como motorista de aplicativo. Não sei onde vamos parar. Para economizar, pesquiso alguns postos de gasolina, abasteço no mais barato e escolho viagem. Só rodo com corridas acima de R$ 8”, afirma.
“Para tentar economizar no gasto de gasolina agora escolho viagem. Só pego viagem que vai me oferecer no mínimo R$ 1,50 o quilômetro rodado”, completa o motorista de aplicativo Rafael Vidotti, de 31 anos.
Já o eletricista Rodrigo Camilo, de 40 anos, diz que só tira o carro da garagem depois de pesquisar descontos pelos aplicativos de combustível. “Mais esse aumento na gasolina pesa muito no orçamento. Por causa disso, só tiro o carro da garagem depois de pesquisar se tem desconto na gasolina nos aplicativos – shell box, mercado pago ou abastece aí. Fazendo isso, eu economizo entre R$ 7 e R$ 8, em cada tanque cheio. Vale a pena porque toda economia é válida hoje em dia. E usando esses aplicativos ainda ganho milhas para viajar com desconto”, relata.
Tributos
Segundo a Petrobras, o preço médio do litro da gasolina nas refinarias subiu para R$ 2,78. Dessa forma, a contribuição da empresa para o preço na bomba é de R$ 2,03 por litro, já que o produto vendido nos postos recebe 27% de etanol anidro. Conforme dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço praticado pela Petrobras corresponde a um terço do preço nas bombas.
“Até chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de etanol anidro, além dos custos de margens das companhias distribuidoras e dos revendedores. Assim, os valores praticados nas refinarias pela Petrobras são diferentes dos percebidos pelo consumidor final no varejo”, diz a estatal, em nota.