A Petrobras, avalia que os processos de venda de duas refinarias estão avançados, enquanto a alienação de outros três parques de refino esbarrou nos preços baixos ofertados pelos investidores interessados, disse o presidente-executivo da companhia, Joaquim Silva e Luna, em audiência com senadores.
Dessa forma, acrescentou o executivo, não será possível cumprir um prazo para alienação dos ativos de refino estabelecido com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
“O prazo (estabelecido pelo Cade) terminaria no final deste ano, não foi possível cumprir esse prazo tendo em vista a atratividade dos preços. Foram vendidas três delas, estamos concluindo agora a venda, três tiveram valores aquém do proposto, as outras duas ainda estão em processo no momento bastante avançado”, disse Luna.
A Petrobras colocou oito refinarias no mercado como parte de um amplo programa de desinvestimentos, tendo assinado os contratos para as vendas das refinarias Landulpho Alves (Rlam) para a Mubadala, e Isaac Sabbá (Reman) para a Ream Participações, além da SIX, conforme contrato de venda assinado neste mês.
A empresa não foi bem-sucedida em vender a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul, após encerrar negociações com a Ultrapar Participações.
Antes da Refap, a empresa já havia interrompido os processos para venda das refinarias Presidente Getúlio Vargas (Repar), diante de ofertas consideradas excessivamente baixas, e Abreu e Lima (Rnest).
Os processos competitivos para venda da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais, e Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor), no Ceará, continuam em andamento, conforme indicou o presidente da empresa.
Ao final do processo, a Petrobras deverá ficar com suas refinarias no Sudeste, o principal mercado consumidor e situado perto dos ativos de produção de petróleo no pré-sal.
Luna sofreu uma série de críticas de parlamentares, que consideram que a empresa deveria colaborar para manter os preços dos combustíveis sob controle.
No contexto dos comentários sobre a venda das refinarias, o CEO disse que preços artificiais de combustíveis “fragilizam” o mercado e podem desestimular importações e investimentos.
O executivo reafirmou que a companhia pratica preços de mercado e disse ainda que a Petrobras não é a única supridora de combustíveis em um país bastante dependente de importações.
Segundo ele, por isso, atribuir somente à estatal a elevação das cotações “não é correto”.
Ele ressaltou ainda que o atual momento pode ser a última oportunidade para investimentos em combustíveis fósseis, considerando a transição energética.
Diante da expectativa de divulgação de seu novo plano de investimentos nesta semana, Luna reforçou a importância dos aportes do pré-sal, considerando o tempo longo de maturação de ativos e a transição energética para combustíveis com menos carbono.