Petrobras faz 1º reajuste da gestão Silva e Luna e corta o preço dos combustíveis

A Petrobras  reduziu os preços da gasolina e do diesel no dia  1º de maio, em todos os pontos de entrega, de acordo com informações da Abicom, associação do mercado de importação de combustíveis.

O corte será de 5,29 centavos por litro na gasolina; e de 5,56 centavos por litro de diesel A.

Com isso, o preço do diesel cai para R$ 2,71 (-1,8%) por litro; e a gasolina recua para R$ 2,59 (-1,9%) por litro.

Segundo análise da Ativa Investimentos, enviada à imprensa antes do anúncio do reajuste de amanhã, a gasolina tem potencial de elevação de 13%. Reflete a alta do valor de referência do petróleo, suficiente para ultrapassar o efeito da apreciação do real frente ao dólar.

“Contudo, vale destacar que o potencial elevação de reajuste já se mantém a bastante tempo e, ao que tudo indica, a Petrobras tem aguardado um pouco mais de tempo antes de mitigar o diferencial de preços. Continuaremos monitorando a defasagem da gasolina uma vez que ainda partimos da premissa de que a política de preços segue a paridade internacional”, avalia Guilherme Sousa, economista da Ativa Investimentos.

Em nota, a empresa informou que “os reajustes são realizados a qualquer tempo, sem periodicidade definida, de acordo com as condições de mercado e da análise do ambiente externo” – anúncio de praxe, quando são feitas as alterações no preço. Veja a íntegra no fim da matéria.

No reajuste anterior, em 16 de abril, o preço do diesel da Petrobras subiu 3,7%, representando uma alta de 10 centavos, para R$ 2,76 por litro. A gasolina ficou 1,9% mais cara, com alta de 5 centavos, na maioria das praças, para R$ 2,64 por litro.

Segundo informações da Abicom, à época, preço da gasolina subiu 9 centavos em São Luís, no Maranhão.

Política de preços

O presidente Jair Bolsonaro, que promoveu a mudança no comando da companhia, com a indicação de Joaquim Silva e Luna para o lugar de Roberto Castello Branco, tem cobrado publicamente uma mudança na política de preços da Petrobras, com mais “transparência” e “previsibilidade”.

Caminhoneiros recorreram à Petrobras para propor o fim paridade internacional para reajuste do óleo diesel. Segundo o Broadcast, os caminhoneiros não enxergam a viabilidade de uma solução fiscal e tentaram convencer a empresa a mudar a política.

A desoneração vigente dos tributo federais sobre o diesel se encerrou na sexta (30) – o governo ainda não formalizou a renovação ou não do benefício.

Os aumentos do diesel nos primeiros três meses do ano atingiram 40% e foram pivô da demissão do ex-presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. Jair Bolsonaro citou, mais de uma vez, que a entrada de Silva e Luna é uma oportunidade para mudar a política de preço e que a estatal deve ter “visão social”.

No papel, a Petrobras não pode renunciar à paridade de preços. Além de ser uma política central do próprio governo – com exceção de Bolsonaro –, o acordo assinado com o CADE, que prevê a venda das refinarias, também obriga a companhia a manter a política.

Na prática, os repasses são questionados e o mercado calcula que há, de fato, defasagens. Não está claro, por exemplo, se a nova administração da Petrobras vai mudar a periodicidade dos reajustes.

A inflação nos combustíveis, muito contaminada pelo dólar, afeta todo os consumidores, mas a do diesel desperta o temor de uma nova greve dos caminhoneiros, categoria que apoiou (e foi apoiada por) Bolsonaro, em 2018.

No discurso de posse de Silva e Luna, a política foi reafirmada, mesmo com a sinalização que a Petrobras também deve se preocupar com os consumidores finais de derivados.

A nota da Petrobras, enviada nesta sexta (30), na íntegra

A partir de amanhã (01/05), o preço médio de venda do diesel da Petrobras para as distribuidoras será de R$ 2,71 por litro, após redução de R$ 0,06 por litro. O preço médio de venda da gasolina da Petrobras para as distribuidoras será de R$ 2,59 por litro, após redução de R$ 0,05 por litro.

Os preços de diesel e gasolina praticados pela Petrobras buscam equilíbrio com o mercado internacional e acompanham as variações do valor dos produtos e da taxa de câmbio, para cima e para baixo.

Os reajustes são realizados a qualquer tempo, sem periodicidade definida, de acordo com as condições de mercado e da análise do ambiente externo. Isso possibilita a companhia competir de maneira mais eficiente e flexível e evita o repasse imediato da volatilidade externa para os preços internos.

Os preços de combustíveis praticados pela Petrobras, e suas variações para mais ou para menos associadas ao mercado internacional e à taxa de câmbio, têm influência limitada sobre os preços percebidos pelos consumidores finais.

Como a legislação brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, a mudança no preço final dependerá de repasses feitos por outros integrantes da cadeia de combustíveis.

Até chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biodiesel e etanol anidro, além das margens brutas das companhias distribuidoras e dos postos revendedores de combustíveis.

Por último, importante ressaltar que outras commodities comercializadas no mercado brasileiro também têm seus preços associados à variação do mercado internacional e da taxa de câmbio. Por exemplo, segundo indicadores do CEPEA/ESALQ, desde 31/12/2019 o preço do arroz* variou +80,4%, e o preço da soja** +108,4%. No mesmo período, considerando os reajustes que vigorarão a partir de amanhã, os preços médios de diesel nas refinarias da Petrobras para as distribuidoras variaram +16,1% e os de gasolina +34,8%.

* Indicador do arroz em casca ESALQ/SENAR-RS.

** Indicador da soja CEPEA/ESALQ-Paraná.

 

 

Fonte: https://epbr.com.br/petrobras-faz-1o-reajuste-da-gestao-silva-e-luna-e-corta-o-preco-dos-combustiveis/

 

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