Petrobras confirma reajuste de R$ 0,15 no preço do litro da gasolina; ações sobem

Este é o primeiro ajuste nos preços da empresa no ano e ocorre em meio à valorização do petróleo no mercado internacional. Gasolina e etanol podem subir 4,7% nos postos, diz consultoria

 

A Petrobras confirmou que, a partir de amanhã, reajustará o preço médio da gasolina, nas refinarias, em R$ 0,15. Segundo a companhia, o derivado passará a ser vendido pela companhia a R$1,98 por litro.

A estatal destacou, em nota, que seus preços têm como referência os preços de paridade de importação (PPI) e, dessa forma, acompanham as variações do valor do produto no mercado internacional e da taxa de câmbio, para cima e para baixo.

A empresa citou que, em 2020, o preço médio da gasolina comercializada pela companhia atingiu mínimo de R$ 0,91 por litro e que, segundo dados do Global Petrol Prices, de 11 de janeiro, o preço médio ao consumidor de gasolina no Brasil era o 52º mais barato dentre 165 pesquisados, estando 21,6% abaixo da média de US$ 1,05 por litro.

“Importante ressaltar também que o preço da gasolina vendida na bomba do posto revendedor é diferente do valor cobrado nas refinarias pela Petrobras. Até chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis pelas distribuidoras, além das margens brutas das companhias distribuidoras e dos próprios postos revendedores de combustíveis”, destacou, em nota.

Este é o primeiro ajuste nos preços da empresa no ano e ocorre em meio à valorização do petróleo no mercado internacional.

O último reajuste da Petrobras ocorreu há praticamente três semanas, no dia 29 de dezembro de 2020. Na ocasião, a petroleira havia anunciado um aumento de 4% no diesel e de 5% na gasolina. Desde então, o barril do tipo Brent, referência internacional, acumula uma alta da ordem de 8%.

O reajuste se dá em meio a queixa de concorrentes de que a Petrobras vinha praticando preços abaixo da paridade internacional. A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) chegou a enviar um ofício, este mês, ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), alertando o órgão antitruste para práticas de “preços predatórios” por parte da estatal.

Mais caros nos postos

 

O preço do combustível fóssil adquirido pelos motoristas e de seu competidor renovável, o etanol hidratado, deverá subir quase 5%, nas contas da consultoria FG/A.

O litro da gasolina que sai de Paulínia subiria de R$ 4,30 para R$ 4,50, um acréscimo de 4,7%. Trata-se de um patamar maior do que os registrados ainda antes do início da pandemia.

Admitindo que etanol hidratado, que competem com a gasolina, deve se manter dentro da paridade de 70%, o biocombustível pode subir para os motoristas em até 4,7%, ou R$ 0,14 o litro, calcula a FG/A. Na semana passada, o preço médio do etanol nos postos paulistas ficou em R$ 3,038. Dessa forma, o ajuste elevaria o preço nas bombas para até R$ 3,178 o litro.

Para as usinas de etanol, o efeito do reajuste da Petrobras pode ser um acréscimo de R$ 0,06 o litro, descontados os impostos e custos logísticos.

Ações sobem

 

Em firme alta desde cedo, as ações da Petrobras seguiram em firme alta e chegaram a renovar as máximas do dia. Por volta das 14h, a ação ordinária da empresa era negociada a R$ 28,94, em alta de 0,45%, após mais cedo tocar a cotação de R$ 29,48. Já a ação preferencial operava a R$ 28,31, em alta de 0,67%, ante a máxima registrada mais cedo, de R$ 28,85.

A política de preços da Petrobras tem chamado a atenção no mercado nos últimos dias, principalmente após reclamações de associações de importadores de que a estatal estaria com valores defasados antes os preços lá fora.

Alguns analistas já vinham argumentando que o reajuste era esperado, mas não ocorreria de forma instantânea ou diariamente e, apesar de gerar uma certa cautela no mercado, isso não era motivo para grande estresse no momento.

De qualquer forma, a informação do reajuste parece trazer um certo alívio sobre as preocupações que vinham pesando nos preços – embora vale dizer que o dia já é positivo para a bolsa e ocorre hoje vencimento de opções sobre ações, o que tende a gerar mais volatilidade nos ativos.

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