Esta terça-feira (30) será importante para se saber se o etanol hidratado saiu do fundo do poço. Na véspera, o biocombustível reagiu nas fábricas e nas distribuidoras, após os tombos espetaculares da semana anterior.
A Safras & Mercado viu o litro sendo negociado em torno dos R$ 2,80 em Ribeirão Preto, com imposto e sem frete, R$ 0,07 acima da sexta-feira. Até este dia, na média da semana, o recuo na usina foi de 15,84% (R$ 2,3071, livres), segundo o Cepea.
Nas distribuidoras localizadas em Paulínia, ontem houve alta de 1,65% e o litro, a R$ R$ 2,3405, encurtou a retração acumulada no mês para 18,86%.
O movimento de liquidação dos estoques estava bastante evidente e pode ter cessado, com as distribuidoras voltando às compras mesmo com a baixa circulação da população diante das restrições estaduais e municipais de enfrentamento à pandemia.
Embora tenha havido recuo nos preços da gasolina nas bombas também na semana passada, de acordo com a ANP, Maurício Muruci, da Safras, acredita que a competitividade do etanol hidratado ainda não está boa.
Em levantamento da Abicom, que reúne os importadores de combustíveis, a defasagem da gasolina para o petróleo alcançou hoje R$ 0,21 por litro.
O movimento constante de queda dos preços das distribuidoras chegou também aos postos.
Além do cenário de influência do petróleo, que interrompeu as altas com o desencalhe do navio no Canal de Suez, também a safra do Centro-Sul já está ofertando mais etanol, embora oficialmente o ciclo comece dia 1º de abril.
Portanto, ainda há ameaças à sustentação dos preços.