É um contrassenso o Brasil importar mais petróleo’, diz CEO da Acelen

‘É um contrassenso o Brasil importar mais petróleo’, diz CEO da Acelen, Luiz de Mendonça, à frente de Mataripe, primeira refinaria privatizada da Petrobras, conta os planos e desafios da empresa no primeiro ano do governo Lula.

O executivo acompanhou a transformação da segunda maior refinaria do país de uma estatal para uma empresa privatizada após a venda naquele ano da então Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, para o fundo árabe Mubadala por 1,65 bilhão de reais.Transformada na Refinaria de Mataripe – seu nome original – e após investimentos de 1,1 bilhão de reais, a empresa aumentou em 22% sua capacidade de produção e criou quatro produtos novos incorporados aos mais de 30 da refinaria.Em vídeo gravado de São Luís (MA), França disse que foi acionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.Responsável por 10% do PIB e 17% do ICMS do estado da Bahia, ela hoje refina 302 mil barris de petróleo por dia, o que representa 12% do total da capacidade de refino do país.Peças-chave na comunicação com o público feminino nas campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro na disputa presidencial de 2022, tanto Janja quanto Michelle têm feito recorrentes aparições políticas e partidárias.Quais são os principais desafios que a Acelen pode enfrentar? Há incoerências, desafios e obstáculos que precisam ser removidos, como o arcabouço regulatório e fiscal que precisam ser aprimorados no Brasil.Nós pedimos ao secretário nacional de portos, Fabrizio Pierdomênico, que falasse com o Porto de Santos.Como no ano passado investimos muito em proteção e confiabilidade, em uma situação normal a nossa previsão é, daqui para frente, um crescimento importante, de produção e potencialmente de resultados.“Isso define um quadro em que, particularmente na América Latina, há uma tendência crescente de deixar de lado questões de direitos humanos, questões sobre as características do regime político e um retorno à velha agenda mais do princípio da não intervenção nos assuntos de outros países”, comenta.

Só que toda essa discussão em torno da desoneração dos combustíveis criou um tremendo de um problema.Tarcísio:.Janja estrelou a peça audiovisual lançada pelo Ministério das Mulheres nas redes sociais.A desoneração de alguns combustíveis como diesel e GLP foi renovada até dezembro e o problema é que a medida provisória 1157 só desonerou o petróleo até 28 de fevereiro.Isso precisa ser corrigido urgentemente.Quais são as consequências para a empresa caso a desoneração não seja renovada? Significaria que a partir do dia 1º de março vamos pagar PIS/Cofins no petróleo enquanto os combustíveis vão estar com a alíquota zerada.”Sexta-feira de carnaval e eu estou passando aqui para deixar um recadinho bem importante para vocês que estão aí se preparando para cair na folia.Ou seja, eu e todas as refinarias privadas no Brasil vamos ter que pagar uma acumulação absurda de créditos de PIS/Cofins.A especialista em relações internacionais Elsa Cardozo explica que o conflito ucraniano modificou as prioridades os Estados Unidos e da Europa e resultou em uma reavaliação estratégica do petróleo.

Quando somamos todas as refinarias, e nós somos a maior, são 5 bilhões de reais.Se esse problema não for corrigido urgentemente, dia 1º de março ficaríamos sem capital de giro, o que inviabiliza a produção máxima de combustíveis.Já o vídeo com Michelle foi divulgado pelo perfil oficial do PL, e repercutido por parlamentares bolsonaristas.Possivelmente, será um impacto contrário ao da medida 1157, porque preciso repassar essa montanha de impostos para os preços do diesel e do gás de cozinha.Como é a abertura do governo em relação a essa demanda sobre a desoneração dos combustíveis? No curto prazo, para essas demandas mais urgentes que estou trazendo, percebemos um governo que está se formando, então a capacidade de resposta rápida ainda está um pouco prejudicada.Estamos, há várias semanas, apontando esse problema do dia 28 de fevereiro.”O carnaval é uma tradição do nosso país.Isso, além da orientação à esquerda de Petro e Lula.

Ainda estamos com um pouco com dificuldade de ter uma resposta e um entendimento.Já teve Casa Civil, Ministério de Minas e Energia, Secretaria da Fazenda, e talvez quem esteja mais assustado hoje é o governo da Bahia, que está entendendo o nosso desafio e vai sentir primeiro, caso a gente reduza a produção e aumente os preços no Nordeste.Como mais privatização pode ajudar o setor? A privatização traz um montante de investimentos que não viria de outro jeito.A segurança de todas as pessoas precisa ser garantida.As pessoas se impressionam quando mostramos o projeto Acelen no todo, a capacidade de atração de investimento, de modernização de parque de refino, de aumento da capacidade e outros investimentos que gostaríamos de fazer no setor de energia.Pegamos uma refinaria antiga, com manutenção a fazer, e só com os nossos investimentos há ganhos gigantescos ali.Embora Maduro tenha conseguido sobreviver à política de “pressão máxima” e a economia venezuela tenha conseguido sair recentemente da hiperinflação e iniciou um crescimento tímido, Geoff Ramsey adverte que o presidente venezuelano está em uma posição mais fraca do que pode parecer.

Ou seja, se quer aumentar a capacidade de refino brasileira, deixa a gente trabalhar e atrair inclusive novos investimentos.Disque 190 para emergência e 180 para investigação.Isso tem sido muito bem recebido, e o pessoal sai daquela dicotomia estatização e privatização.Já houve rumores de que a privatização da Acelen pode ser revertida.Isso é possível? Não acredito.O anúncio oficial ocorreu na quarta-feira, 15.Há muitos fantasmas, muitos rumores desde que chegamos lá.“Agora dá para perceber que os números do crescimento estão voltando a cair e a inflação não está sob controle, embora tenha caído bastante”, diz a especialista.

Não houve sinalização do governo em tentar reverter esse processo de privatização.Nem comentamos isso, nosso projeto está investindo o que a Petrobras investiu na Bahia por muitos anos.Criamos 1,2 mil empregos e um outro dinamismo na indústria.É saudável ter uma Acelen no mercado, ou outras que possam vir a ser criadas.O projeto é bom para o Brasil, nós queremos aumentar a capacidade de refino brasileira, atrair mais investimentos e a privatização é um belíssimo caminho para isso.Por isso ele insiste tanto na questão das sanções”, diz Elsa Cardozo, que considera que o governante venezuelano busca um novo equilíbrio em que diminua a pressão penal e econômica sobre o seu governo.

O Brasil tem enormes desafios em outros setores em que a presença do governo é fundamental, e acho que aqui a iniciativa privada está fazendo um bom trabalho.Deixa a gente trabalhar que eu acho que vai ser importante para o Brasil.Há outras dificuldades enfrentadas pela Acelen na condução do setor que precisam ser melhoradas? O petróleo brasileiro é exportado em condições mais vantajosos que eu, como uma refinaria privada brasileira, consigo comprar.Eu não quero comprar mais barato, quero comprar nas mesmas condições que está sendo exportado, mas você tem aí toda uma estrutura fiscal que faz com que seja mais vantajoso para a Petrobras e outros produtores exportar para a China ou para a Europa do que vender para mim.É um contrassenso que o Brasil, um país exportador de petróleo, está importando cada vez mais petróleo porque eu não consigo comprar em condições igualmente competitivas do Rio de Janeiro, da Bacia de Campos, por questões de preço de referência da Medida Provisória.Então, Maduro e sua política antidemocrática são os maiores obstáculos [para sua reinserção internacional].

Continua após a publicidade Como uma eventual mudança na Política de Paridade Internacional de preços da Petrobras pode afetar a empresa? Nós vamos ser competitivos e não vamos perder mercado.No mundo como um todo o setor de petróleo e gás é interconectado.Ae faltar diesel no Japão ou sobrar diesel na Europa, esse efeito será sentido no Brasil, não tem como escapar dessa lógica.Na formação dos nossos preços, consideramos o mercado mundial.Temos uma agilidade muito grande para reajustar preços, fazemos isso semanalmente.Vemos sinais de interesse de vários países latino-americanos em desempenhar um papel ativo na busca de uma solução pacífica e democrática para a crise venezuelana”, aponta.

Quando cai o preço internacional, ajustamos na semana seguinte.Os nossos clientes entendem e é muito transparente a nossa precificação.Isso posto, vamos ser competitivos e sempre levar em conta a concorrência nacional, não vou perder vendas.Quando eu subo o preço em 22%, significa que eu subi as vendas também em 22%, e vou continuar sendo competitivo.Com as importações, com a Petrobras, assim como com o etanol, o que rege é a oferta e procura, e o balanço de energia mundial.Ao mesmo tempo, além do levantamento das sanções, para Maduro há outras questões a serem resolvidas, como o controle de ativos venezuelanos no exterior e as acusações feitas contra ele por narcotráfico e por crimes contra a humanidade perante o Tribunal Penal Internacional.

Há proteções legais para que o investimento feito pelo fundo Mubadala não seja prejudicado por uma eventual redução do preço cobrado nas refinarias da Petrobras? Nós acreditamos em livre mercado e livre concorrência.A proteção legal é dada pelos limites do Cade, o órgão de defesa da concorrência.Dependendo do que se faz no mercado, pode estar fazendo dumping de preços.No passado, a própria Petrobras foi alvo de ações por abuso do poder econômico.Não acredito nessa hipótese, acho que eles têm uma governança, é uma grande empresa, mas prefiro não comentar em cima de especulações.”Maduro tem um grande problema de fluxo de caixa e sabe que não pode melhorar a economia venezuelana sem aliviar as sanções, então precisa voltar à mesa de negociações com a oposição.

No momento os preços brasileiros estão alinhados com os preços internacionais, talvez com diferenças de algumas semanas.Continuo acreditando que o mercado é mundial e é isso que vai prevalecer.E outras políticas públicas para compensar a alta dos preços dos combustíveis? É possível ter um fundo de compensação ou nos momentos de crise ter uma bolsa caminhoneiro, alguns países fizeram isso em momentos de desequilíbrio extremo respeitando o mercado.Falei um pouco da competitividade do petróleo brasileiro, isso é muito importante, o Brasil está exportando petróleo barato e ter mais petróleo brasileiro sendo refinado é positivo para manter a estabilização de preços.Em tese, existem mecanismos que podem ser criados sem mexer na liberdade de mercado, sobretudo, de um mercado que é mundial.Tópicos relacionados.

Não faz sentido por exemplo tabelar carne porque o Brasil é um grande produtor.A Argentina fez isso e faltou carne lá, o que é um absurdo.A empresa investiu 1,1 bilhão de reais no primeiro ano.Como esse recurso foi aplicado? Focamos em manutenção, aumento de capacidade, segurança, redução da pegada ambiental e de carbono da refinaria.Aumentamos a capacidade de produção em 22% e conseguimos 6% de redução no consumo de energia, 8% no consumo de água da refinaria, reduzimos 268 mil toneladas de gás carbônico, mais de 54% do volume de gases que eram enviados para a tocha.

Decidimos banir o gás cloro no tratamento de água da refinaria por ser um risco desnecessário, no dia seguinte mobilizamos o investimento e em oito meses mudamos todo o sistema de tratamento de água da refinaria.E já mapeamos todos os investimentos que temos que fazer em 2023 e 2024, novos negócios.A gente já criou e vai reforçar um centro de inovação e tecnologia que estará na Bahia.Como foi a experiência de ir para uma empresa que acabou de ser privatizada? Enfrentou algum desafio na cultura corporativa? Tem uma similaridade no processo porque participei de várias fusões e aquisições e processos de criação.A privatização não é diferente.

Compramos uma refinaria que durante muitos anos foi da Petrobras.Tem de ter todo o cuidado ao chegar, respeitar a cultura e sobretudo o conhecimento das pessoas.No começo o grande trabalho em relação às pessoas foi conquistar a confiança e desconstruir rumores e fantasmas como que em uma empresa privada não se tem estabilidade e as dúvidas em relação à meritocracia.Procuramos mostrar que o turnover no setor privado é baixíssimo e que a estabilidade é um mito porque, no setor privado, em grandes e boas empresas, as pessoas trabalham 30, 40 anos, e não estão preocupadas.Terminamos o ano com cerca de 50% do efetivo vindo da Petrobras, ou seja, se manteve na refinaria, e 50% de fora.

Quando se falava de refino brasileiro era praticamente Petrobras.Agora, não mais, porque criamos o primeiro centro de formação para o refino nacional.Fizemos um investimento muito forte em formação, em segurança, em manutenção.Você pode ser a favor ou contra a privatização, mas no final todo mundo quer a mesma coisa, crescer, investir e modernizar, e foi isso que a gente fez.Qual é a expectativa de resultados para este ano? Estamos fazendo reposicionamento de portfólio.

Queremos diminuir o gargalo de certos produtos, como o diesel e o querosene de aviação.São produtos que o Brasil importa.Os resultados vieram muito em linha com o que esperávamos para esse primeiro ano e há ainda umas questões de legado do refino brasileiro, que ficou décadas só com a Petrobras.Tem aí todo um arcabouço jurídico e fiscal desfavorável ao refino privado no Brasil.Isso cria certas dificuldades para a gente.

Não vemos a Acelen só como uma refinaria.Na verdade, a ambição é muito maior, é tornar a Acelen um dos grandes atores do mercado de energia e da própria transição energética do Brasil.Estamos olhando projetos em energias renováveis, em novos pitstops para refinarias, já temos mapeadas a construção de novas unidades, muito provavelmente a partir de combustíveis renováveis e aproveitando a base que temos para ampliar a refinaria.

 

Fonte: https://www.fecombustiveis.org.br/noticia/e-um-contrassenso-o-brasil-importar-mais-petroleo-diz-ceo-da-acelen/252488

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