Dólar atinge máxima de 20 anos no exterior com piora no sentimento de risco.

dólar atingiu uma nova máxima de 20 anos durante a sessão europeia desta quarta-feira, diante do aumento dos temores de recessão com o tom mais rígido do Fed e a alta das taxas dos títulos americanos.

Às 9h20 de Brasília, o Índice Dólar, que rastreia a moeda americana contra uma cesta de seis divisas, avançava 0,28%, a 114,345, depois de atingir uma nova máxima de duas décadas a 114,653 no início da sessão.

Federal Reserve deixou claro que sua batalha contra a inflação é atualmente sua missão mais importante e continuaria elevando os juros com intensidade, mesmo que isso possa fazer a economia do país entrar em recessão.

A mensagem foi reforçada ontem à noite pelos presidentes do Fed de Chicago, Charles Evans; de Minneapolis, Neel Kashkari; e de St. Louis, James Bullard, que afirmou que as taxas precisariam continuar elevadas “por algum tempo, a fim de colocar a inflação sob controle”.

Esse discurso fez com que a taxa do título de dez anos do Tesouro americano superasse 4% pela primeira vez desde 2010, antes de corrigir e se estabilizar perto de 3,982%.

Além disso, a libra esterlina recuava 1,03% contra o dólar, para 1,0619, ainda perto das mínimas históricas, devido ao anúncio de um radical plano de cortes de impostos pelo novo governo britânico, o que deve continuar repercutindo nos mercados.

O Fundo Monetário Internacional criticou abertamente a nova estratégia econômica na terça-feira, afirmando que, “devido às elevadas pressões inflacionárias em vários países, como no Reino Unido, não recomendamos a implementação de pacotes fiscais grandes e sem direcionamento nessa conjuntura, para que a política fiscal não acabe entrando em conflito com a política monetária”.

A derrocada da libra esterlina fez com que o economista-chefe do Banco da Inglaterra, Huw Pill, na terça-feira, declarasse que a instituição poderia realizar uma “significativa” elevação da taxa de juros em sua próxima reunião em novembro.

euro, por sua vez, desvalorizava-se 0,16% frente ao dólar, para 0,9575, não tão distante da mínima de 20 anos de 0,9528, muito em razão da crise energética vivida pela zona do euro.

A Gazprom (MCX:GAZP), que detém o monopólio do gás da Rússia, declarou, na terça-feira, que poderia incluir a operadora de gás ucraniana Naftogaz Ukrainy na lista de entidades sancionadas por Moscou, o que poderia interromper praticamente toda a sua oferta remanescente para a UE.

Isso ocorreu na esteira de acusações de sabotagem contra Moscou, após a identificação de grandes vazamentos de dois gasodutos russos localizados no Mar Báltico, no centro do impasse energético.

A expectativa é que o sentimento do consumidor na Alemanha atinja uma nova mínima recorde em outubro, com a GfK prevendo, na quarta-feira, que seu índice de confiança do consumidor irá cair para -42,5 no próximo mês, uma drástica revisão para baixo da leitura de 36,8 em setembro.

iene se valorizava frente ao dólar, para 144,58, ainda perto do importante patamar de 145, mesmo após a intervenção do Japão no sentido de respaldar sua frágil moeda.

Já o dólar australiano, mais sensível ao risco, recuava 0,37% contra o dólar, para 0.6410, perto do nível mais baixo desde maio de 2020, enquanto o iuane se desvalorizava 0,80% frente à moeda americana, para 7,2344, seu nível mais fraco desde a crise financeira de 2008.

Fonte: INVESTING.COM

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