Apesar de otimismo com os resultados do atual plano de reorganização da empresa, o BTG Pactual (SA:BPAC11) mantém, em relatório divulgado na sexta-feira (19), recomendação neutra para as ações da BR Distribuidora, com preço-alvo em R$ 25. A principal justificativa para a posição é o elevado risco de execução operacional.
Às 16h26 (horário de Brasília), as ações da BR Distribuidora (SA:BRDT3) eram negociadas a R$ 22,36, baixa de 2,27%.
Além do otimismo com o plano de reorganização da companhia, os analistas Thiago Duarte e Pedro Soares, que assinam o relatório, acreditam que, desde que os postos de gasolina saiam relativamente ilesos, o potencial de ganhos das distribuidoras deve voltar aos níveis pré-crise, assumindo níveis normais de demanda.
Porém, será necessário dar continuidade ao apoio ao ponto mais vulnerável da cadeia de combustível atualmente: os varejistas, que têm alta porcentagem de custos fixos, o que faz com que uma queda no volume de vendas exerça forte pressão sobre as margens. Para apoiar seus revendedores, a BR Distribuidora reiterou sua estratégia de absorver grandes perdas de estoque durante a queda nos preços dos combustíveis.
Mesmo com uma recuperação, o BTG pontua que a necessidade de capital de giro poderia disparar, o que iria requerer mais apoio à rede de postos de gasolina da BR Distribuidora.
Ainda que adote uma postura otimista em relação à BRDT e à redução de diversas ineficiências sob seu programa de reorganização, o banco acredita que o preço atual das ações já reflete esse potencial.
Além disso, com o cenário do setor de combustível prestes a mudar significativamente nos próximos anos após a privatização de 50% da capacidade de refino do Brasil, a BRDT está em uma posição menos privilegiada do que seus dois principais concorrentes, Raízen e Ipiranga. Há ainda os elevados riscos de execução operacional, o que não é um bom sinal com os múltiplos 25% acima de seus
concorrentes. Tudo isso fez com que o banco mantivesse seu posicionamento neutro.
Petrobras (SA:PETR4) sinaliza vender participação
Na quinta-feira, uma notícia da Reuters afirmou que a Petrobras pretende retomar seus planos de vender sua participação na BR Distribuidora no segundo semestre.
A BR Distribuidora foi privatizada no ano passado por meio de uma oferta de ações. Agora, a Petrobras quer vender o máximo que conseguir da participação remanescente de 37,5% na distribuidora, que opera 7.700 postos de combustíveis em todo o país, segundo informações de seu website.
Em comunicado ao mercado divulgado na noite desta quarta-feira em resposta à notícia, a Petrobras afirmou que vem estudando uma eventual venda adicional de sua participação na BR Distribuidora, mas indicou que o prazo ou formato para a medida não foram definidos.