BRASÍLIA (Reuters) – O senador Carlos Fávaro (PSD-MT), autor de Proposta de Emenda à Constituição que mira a alta de preços dos combustíveis afirmou nesta terça-feira que kamikaze é a política econômica do ministro da Economia, Paulo Guedes, em referência ao apelido conferido pela pasta à PEC que sugeriu.
O senador emendou que tomou a iniciativa de apresentar a PEC, em vez de ficar na inércia que atribui a Guedes e afirmou que a ideia, no Congresso, é dar andamento não apenas a essa proposta, mas a outras já em tramitação, de forma a oferecer uma solução rápida para o problema.
“Olha, primeiramente, eu esperava um pouco mais de respeito pelo ministro da Economia, né. Agora, posso afirmar para vocês com toda a certeza, convicção, kamikaze é a política econômica que ele pratica contra o povo brasileiro”, disse, ao ser questionado sobre o apelido conferido à PEC.
“Isso é que é kamikaze contra a população brasileira. A inércia dele de tomar uma atitude, de apresentar uma proposta para conter a alta do preço dos combustíveis que gera inflação, gera dificuldade, gera pobreza.”
A PEC sugerida por Fávaro propõe, entre outros pontos, a concessão de auxílio diesel temporário a caminhoneiros autônomos e a ampliação do pagamento do Auxílio Gás para 100% do valor do botijão no lugar dos atuais 50%. Também inclui no texto, segundo ele, a possibilidade de redução de carga tributária incidente sobre os combustíveis.
O senador não descarta mudanças em seu texto, principalmente a partir do momento em que entrar em discussão, inicialmente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, abrindo a possibilidade para que ela incorpore ideias de outras propostas já em tramitação.
“Apresentamos uma proposta de PEC que é bem mais abrangente mas que abarca todas as outras. E não precisa necessariamente acontecer tudo nela”, disse Fávaro a jornalistas.
“Nós temos que dar resposta, o povo brasileiro não aguenta”, defendeu. “A tratativa é o compromisso do Congresso Nacional, do Senado em especial, de tramitar medidas o mais rápido possível.”
O Senado tem dois projetos que podem ser votados em plenário assim que houver consenso: um que cria uma conta de compensação para as variações do preço dos combustíveis e outro, já aprovado pela Câmara, e visa a tributação sobre os combustíveis, em especial o ICMS, sob a alçada dos Estados. Senadores já começam a discutir as propostas e estão na fase de negociação para construir um texto viável para aprovação.