Informações da ANP trazem dados do processamento do subproduto para produção do combustível, que ainda é tímida no país.
A cana-de-açúcar é um vegetal com diferentes possibilidades. É possível consumi-la logo após colhida, servindo como alimento e fonte de energia; esta energia também pode ser adquirida por meio do seu processamento, originando o açúcar e o etanol; o bagaço pode ser utilizado para queima, produzindo ainda mais energia, ou mesmo para uma nova produção do renovável, com a segunda geração; e o melaço, subproduto da produção do adoçante, também tem sua utilidade.
Após a moagem da cana, o caldo é destinado à produção do açúcar bruto que gera, como subproduto, o melaço. Por meio de etapas convencionais de fermentação, destilação e desidratação, este subproduto pode ser convertido em etanol, aumentando as possibilidades das usinas.
Uma das primeiras usinas a investir nesta diferenciação como estratégia para dominar as exportações de etanol para os Estados Unidos foi a Costa Pinto, da Raízen Energia, em 2014. O plano era enviar o renovável para a Califórnia, participando do programa do Conselho de Qualidade do Ar da Califórnia (Carb, na sigla em inglês).
De lá para cá, outras usinas intensificaram o processamento do melaço para produzir o biocombustível. Atualmente, conforme estimativa do novaCana de acordo com dados exclusivos da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e do Carb, 72 unidades produzem o renovável com o subproduto.
Conforme a ANP, entre janeiro de 2019 e abril de 2020, 52 usinas processaram o melaço para este fim. Foram 2,88 milhões de toneladas processadas no período, sendo 2,26 milhões em 2019 e 622,6 mil em 2020.