A Exxon Mobil disse que está interrompendo as operações de um projeto multibilionário de petróleo e gás na Rússia e não fará mais investimentos no país após o ataque à Ucrânia.
A petroleira americana informou nesta terça-feira que está se preparando para encerrar a produção na Ilha Sacalina, no Extremo Oriente da Rússia. A Exxon possui uma participação de 30% no projeto, ao lado da produtora de petróleo estatal russa Rosneft, da japonesa Sodeco e da indiana ONGC Videsh. A empresa disse que está tomando medidas para sair do consórcio.
A Exxon também está desenvolvendo planos para que funcionários expatriados na Rússia deixem o país, se os funcionários assim o desejarem, de acordo com uma pessoa familiarizada com os planos. A grande maioria da força de trabalho de cerca de mil pessoas da Exxon na Rússia é composta por cidadãos russos.
“A Exxon Mobil apoia o povo da Ucrânia enquanto eles buscam defender sua liberdade e determinar seu próprio futuro como nação”, disse a empresa. “Deploramos a ação militar da Rússia que viola a integridade territorial da Ucrânia e põe em perigo seu povo.”
O anúncio segue movimentos semelhantes dos pares europeus BP e Shell, que anunciaram nos últimos dias que deixariam os investimentos na Rússia. As empresas ocidentais agiram rapidamente para se distanciar da Rússia, prometendo ceder ativos em apoio à Ucrânia e apoiar amplas medidas punitivas contra a Rússia pelos Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia.
Sair de Sacalina será difícil para a Exxon. A empresa do Texas opera o desenvolvimento, o que significa que é responsável por manter o fluxo de produção e outras funções essenciais. Pode ser necessário deixar pessoal crítico no local para garantir que o projeto seja encerrado com segurança. A venda de sua participação também pode ser um desafio, pois o mercado de ativos russos encolheu rapidamente.
A Exxon se retirou da Rússia na última década após rodadas anteriores de sanções. A empresa disse anteriormente que se retirou de dez joint ventures com entidades russas que estavam cobertas por sanções dos Estados Unidos e que reduziu alguns desses ativos. A Exxon disse que está totalmente em conformidade com as sanções americanas.
O projeto na ilha Sacalina não havia sido afetado por sanções anteriores, e a Exxon continuou a investir na expansãoa. Nas últimas duas décadas, o consórcio Sakhalin exportou mais de 1 bilhão de barris de petróleo e cerca de 1 bilhão de pés cúbicos de gás natural do empreendimento, um dos maiores investimentos estrangeiros já feitos na Rússia.
O consórcio assinou um acordo de compartilhamento de produção com o governo russo em 1996 e a produção começou a fluir em 2005. A produção na ilha diminuiu à medida que o ativo envelheceu e atualmente representa cerca de 3% da produção total de petróleo da Exxon.