Embora reconheça que existam alternativas para estabilização dos preços sem necessidade de intervenção, Adriano Pires defendeu medida amarga para companhia.
Confirmado nesta segunda pelo Ministério de Minas e Energia, o novo presidente da Petrobras, Adriano Pires, se manifestou recentemente sobre qual seria a forma de resolver, de forma definitiva, os problemas da estatal.
Embora tenha reconhecido que, atualmente, existam alternativas para a estabilização dos preços sem necessidade de intervenção na companhia, Pires defendeu que a “solução final” é a privatização. O texto foi publicado em outubro no site “Poder360”, alguns meses antes de outro artigo no qual o economista criticava “propostas populistas” na empresa.
Ao defender a concessão da Petrobras para a iniciativa privada, Pires rechaça o argumento de que o Brasil, por ser autossuficiente na produção de petróleo, deveria ajustar o preço dos derivados levando em consideração os custos e não a paridade internacional. Segundo ele, o petróleo é uma commodity, com preços determinados pelo mercado internacional — e países que não seguem a regra acabam como a Venezuela, “que destruiu sua indústria de petróleo, bem como sua empresa PDVZA”.
“A solução definitiva só virá com a privatização da Petrobras. Enquanto a empresa for de economia mista, tendo o Estado como controlador, os seus benefícios corporativos e as práticas monopolistas serão mantidos a favor da corporação e, muitas das vezes, contra os interesses do Brasil”, diz no artigo o novo presidente da estatal.
A decisão de retirar o general Joaquim Silva e Luna, no comando da Petrobras há menos de um ano, foi motivada pelos sucessivos aumentos no valor dos combustíveis, o que provocou críticas públicas do presidente Bolsonaro.